julho 27, 2014

# dinamarca

Dinamarca. Fevereiro, 2014.

O postal de Copenhaga começa em Bristol, no dia dos namorados, e aquilo que se esperava uma viagem romântica com miminhos como a Joana diz, teve de ser adiada uma semana, uma vez que as condições climatéricas eram tão severas que todos os voos do aeroporto de Bristol foram cancelados. Stranded, é a palavra inglesa para descrever o que nos aconteceu. Abateu-se uma tempestade tão grande sob o Reino Unido que até tive pena da desgraçada que nos foi levar a casa, comida encomendada online. Frigorífico vazio.

Uma semana depois….

Lá estávamos nós à mesma hora, mais do que preparados e desta vez com o tempo favorável. Copenhaga estava na lista de cidades a visitar, uma vez que fiz uma lavagem cerebral à Joana. Ela acedeu ao meu pedido e confesso a minha identificação com os países nórdicos, pela simplicidade que apresentam, pela igualdade de oportunidades que a maioria tem, pelo grande equilíbrio entre vida familiar e emprego. Serem dos países mais felizes do mundo, deve querer dizer algo.


Chegados lá, as primeiras impressões foram positivas. Estava frio (algo que não me incomoda, ao contrário do calor abrasador sem praia ou piscina), e pareceu tudo tão moderno (cliché nórdico), sofisticado e….limpo, algo que não é usual no Reino Unido.



Há quem tenha “quelaç” (inspirado em Fábio Dias), mas os dinamarqueses tem classe e sofisticação…Digo isto a relembrar a nossa passagem à porta do Hotel D’Angleterre, algo que a Joana fez logo questão de dizer que queria ir lá nos 5 anos de casados.

Ficou deslumbrada pelo jantar à luz das velas, os copo de vinho a dançar na mão, o piano no fundo da sala, etc. Tenho que começar a registar os pedidos, senão ainda me esqueço. Hora de descer à Terra e por isso, o jantar foi mesmo uma refeição mais em conta, sem surpresas e com todo o romantismo do mundo: McDonalds.

Sábado, de acordo com o planeamento, iríamos explorar o centro de Copenhaga, tendo em conta os conselhos que as nossa senhoria, que é dinamarquesa, nos havia dado. Só um aparte, que só aceito que ela viva no Reino Unido pelo grande amor que tem pelo marido, que apesar de inglês, é uma pessoa fantástica.

À medida que percorríamos as ruas íamos confirmando a arte, a cultura e o bom gosto espelhados nas galerias da capital e, mais uma vez, as pessoas carregadas de elegância e de boa disposição.

Adiante, começamos pela sereia, um símbolo de Copenhaga, que vem das história "A pequena sereia" do escritor Dinamarquês Hans Christian Andersen.

Andamos pela zona do porto de Havn, tendo passado pelo mítico Nyhavn com os seus famosos bares e restaurantes, acabando junto ao Tivoli (parque temático onde Walt Disney se inspirou para a criação da Disneylândia).

Foi aqui que tivemos um revés no planeamento, por mea culpa, pois o parque estava fechado, reabrindo em Abril. Pensando um pouco nisso, faz sentido que assim seja, porque ninguém vai para ali sob a ameaça de neve, chuva e frio.




Mudança de plano, almoço no Hard Rock Café e depois iríamos apanhar o comboio para ir à Suécia. Calma, ir de comboio à Suécia é como ir do Porto a Espinho, com a diferença do percurso ser feito por uma ponte. Há aliás, quem viva em Malmö e trabalhe em Copenhaga, tal é o nível de vida na capital dinamarquesa. O comboio era o “borrachinhas”, nome ao qual a Joana decidiu dar a este, quando o vimos pela primeira vez em Hamburgo.


No comboio recebemos umas dicas de um sueco que nos viu com o guia nas mãos e decidiu ajudar, tendo-nos até acompanhado ate fora da estação. Simpático. Malmö, é uma cidade bem organizada, limpa, engraçada e com animação de rua peculiar.


Demos também com uma manifestação contra o regime da Venezuela. Sim, tendes razão meus amigos, um gajo que antecipa o Natal para animar o povo, é porque não joga com o baralho todo e sim, é um regime opressor!

Duas horas foram suficientes para dar uma volta pelo centro, ver algumas lojas criativas e num ápice estávamos de regresso à Dinamarca.

Decidimos caminhar pelo centro até ao hotel, tendo tempo para nos preparar para um jantar exterior à luz das velas, de manta nos joelhos e aquecimento exterior (não estivéssemos nós em Fevereiro) num restaurante no Nyhavn.

Aconselhados mais uma vez pela nossa senhoria, Domingo, tinhamos planeada uma visita ao Frederiksborg Palace em Hillerod e o tempo acabou por ajudar pois tivemos um agradável dia de quase Primavera. Esta parte da viagem dispensa palavras…


A viagem de comboio (mais uma) é bem interessante, as casas são bem melhores quando comparadas com a decepção inglesa e a julgar pelas imagens que retive na memória, mostram um país verde com alguns lagos, óptimos para passeios nos parques e tenho a certeza que basta um raio de sol, para os dinamarqueses aproveitarem ao máximo tempo possível fora de casa.

De volta a Copenhaga, almoço num italiano e a tarde para vaguear pelo centro da cidade e admirar uma loja de um dos símbolos nacionais, a Lego. Milhentas construções impressionantes chegaram para avivar memórias de miúdo.


Até à hora de regresso, andamos pela zona do rio e pudemos concluir que, tal como Amesterdão não caracteriza a verdadeira Holanda, Copenhaga também não caracteriza a Dinamarca. É claramente uma capital multicultural, ainda que tenha a sua própria identidade escandinava com traços latinos, não fossem os dinamarqueses considerados os latinos da Escandinávia, com uma atitude amigável e nada hostil.

Resumindo, foi um bom city break de dia dos namorados com todos os comboios a que tive direito! Não se preocupem, que a Joana teve os miminhos todos que a ocasião merecia, com os juros de uma semana de atraso.

Take care,
Ivo

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