abril 06, 2015

#estocolmo


Estocolmo. Fevereiro, 2015

a propósito da nossa última city break, calhou visitarmos mais uma capital escandinava. fica o registo  da conquista desta cidade sobre nós, pelas palavras e pelas fotografias do Ivo:

Depois de Oslo (Noruega), Copenhaga (Dinamarca), Reykjavik (Islândia), já não restam muitas capitais escandinavas para visitar, apenas faltando Estocolmo ou Helsínquia, capitais da Suécia e Finlândia respectivamente. Não foi necessário ter que optar por uma das duas, uma vez que uma banda de música fez a escolha por nós. A banda: Alt-J; o motivo: uma das bandas favoritas da Joana iam fazer uma tour pela Europa e no Reino Unido os concertos esgotaram muito rapidamente , sendo que Estocolmo era das poucas que ainda haviam bilhetes. Juntamos o útil ao agradável e se adicionarmos isto ao facto de o Jorge, um dos meus grandes amigos que conheci nos meus tempos de “metalúrgico”, estar naquele país a fazer um estágio na empresa de camiões Scania, estão garantidos todos os critérios de selecção para a city break.

O aeroporto é daqueles que fica a uma distância considerável do centro da cidade, logo uma viagem de 80 minutos de bus foi boa para descansar depois da alvorada pela madrugada. Ainda durante a viagem consegui perceber o porquê de Estocolmo ser considerada a capital da Escandinávia…é muito grande, quando comparada com as outras capitais da região. Chegamos ao centro da cidade à hora de almoço, logo a nossa primeira paragem para abastecer a estômago foi nesse sítio onde não há qualquer dificuldades em entender menus, imagem de marca da globalização e onde é sabido de antemão o que esperar de um hambúrguer. Exactamente esse sítio que estão a pensar. 


Sempre que fazemos um city break, tentamos ter um plano acerca do que visitar e este caso não fugiu à regra. Só que desta vez, fomos invadidos por um Alzheimer súbito e esquecemo-nos de ir ao museu do Nobel, nós que até nem somos grandes fãs de museus, mas não sei porquê, este despertava um interesse diferente. Acabamos por ir para a zona de Gamla Stan, que é o centro histórico e depois fomos para a zona de Sodermalm, que recentemente tem vindo a ganhar algum protagonismo, visto ser um dos pontos principais de toda a acção do primeiro livro da trilogia Millennium de Stieg Larsson, “Os homens que odeiam as mulheres”. (Já agora, para quem gosta de colar em livros, excelente livro e grande trilogia!) No meio disto e sempre em jeito de exploração e passeio demos com o sítio onde mais tarde seria o concerto. Estava feito o reconhecimento do território.

Para o concerto, “vesti” a pele de um apreciador de música e vá lá, confesso que não sendo o maior fã da banda, posso dizer que excedeu as minhas expectativas, uma vez que tocaram as músicas que eu conhecia, logo estive entretido. Foram poucas as músicas que não conhecia, ou seja, foram estas as poucas que a Joana não me fez ouvir até à exaustão (ela vai ficar piúrsa com esta).



No segundo dia e depois de um pequeno almoço sem cerimónias e com tudo a que tínhamos direito, tínhamos marcado um passeio de barco pelas 16 ilhas que constituem Estocolmo. Mas com um pequeno pormenor, um cruzeiro com brunch (a junção de pequeno almoço e almoço) e nada melhor que um brunch duas horas depois da primeira refeição do dia. Modo enfarta burros ligado! Para os menos informados, a cozinha escandinava sofreu uma autêntica metamorfose nos últimos dez anos, tendo culminado com a atribuição do prémio de melhor restaurante do mundo (subjectivo, eu sei) pelo terceiro ano consecutivo. Já agora, o restaurante é o Noma de Copenhaga. Ainda assim, deu para experimentar coisas novas, e eu que gosto de experimentar comidas diferentes. Exemplo da beterraba, que é bem interessante. Sabe a terra, mas é fresco e dizem que as propriedades detox fazem bem. De resto, salmão fumado (gosto muito), as famosas almôndegas, ovos cozidos com caviar e uma boa dose de saladas. E foi isto, quanto o cruzeiro propriamente dito aqui ficam algumas fotos.


Depois de três horas bem passadas, a morfar, a tirar fotos e a apreciar as margens de Estocolmo, regressamos ao ponto de partida e estávamos prontos para ir ter com o Jorge à estação central. Guiados pelo ritmo da conversa, enveredamos por uma passeio sem destino marcado. Excluindo as voltas percorridas pelo centro histórico, fomos ter aos lados do jardim Djurgarden, uma zona bem requintada, a  cerca de 5 km da estação central. Para recuperar do passeio e aquecer do frio que nos acompanhava, a temperatura rondaria o belo do 1 ºC, bebemos um chá numa tea room, perdida no parque.

À noite, jantar nesse belo sítio sueco, com empregadas suecas, comida sueca de nome. Estava a brincar fomos à Pizza Hut. Ir à Suécia em Fevereiro e estar frio, é normal, agora o que eu não acho normal de todo, foi não ter nevado…eis que quando saímos da Pizza Hut, caíam um flocos de neve e serviu bem.

Na manhã de Domingo, a cidade coberta de branco. Planos? A maioria já deve saber que a Joana é uma fanática pelo IKEA, doida mesmo ao ponto de conhecer de trás para a frente os catálogos, bem como a maioria dos nomes todos estranhos. Por isso, já estão a imaginar onde foi o nosso último ponto de visita…esse mesmo. Lá apanhamos o metro para ir até lá e quando chegamos à estação ainda tínhamos de caminhar até ao IKEA durante uns 10 minutos.

Acontece que com o caminho coberto de neve e em obras, foi algo que não foi fácil, porque andamos meio “perdidos” e às voltas. A Joana já dizia para desistirmos, mas numa das últimas tentativas, lá fomos dar a onde queríamos. Perdemos uma boa meia hora, de modo que quando chegamos ao IKEA, tivemos de ver aquilo nuns estonteantes 15 minutos. Posso dizer que assim até nem foi mau, porque de mochilas, casacos e cachecóis num IKEA quente e com bastante gente, não seria a melhor experiência. Foi definitivamente a mais rápida passagem por um IKEA e segundo a Joana tem muito mais coisas, muito maior etc etc. Ficou maravilhada com aquilo e nada como lhe fazer a vontade, porque também merece!

O regresso ao centro de Estocolmo foi relativamente rápido e sem caminhos bloqueados, tendo nós almoçado na estação central uma bela sanduíche rústica e apanhado o bus de volta para o aeroporto.

Mais uma capital escandinava e mais uma vez, não saímos de lá nada decepcionados, muito pelo contrário. É fenomenal o facto da Suécia ser um país com marcas mundialmente conhecidas, tais como o IKEA nos móveis, a Volvo, a Saab e a Scania no ramo automóvel, a SCA na indústria do papel, a Sandvik na área mecânica, o Spotify e a já desaparecida Ericsson na área das telecomunicações etc etc. É notável! E nisto em conversa, tentamos lembrar-nos de empresas portuguesas mundialmente conhecidas…só nos vieram à ideia o vinho do Porto e as rolhas de cortiça da Amorim. Fora isso, estava difícil encontrar semelhanças entre Portugal e a Suécia, não contando com o nível de impostos que são bem altos em ambos os países, mas com resultados que saltam à vista até do mais cego fã da austeridade.

Assim foi Estocolmo, acolhedora, tranquila e bastante bonita aos nossos olhos,
Ivo

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