setembro 12, 2014

#bath


bath

Estamos em Setembro,  mês que dá início à minha estação do ano preferida, o Outono, que é também um mês romântico, o meu mês romântico, por ter sido o mês que escolhi para caminhar em conjunto com o Ivo  

Por estar embalada pela carga excessiva de romance, decidi partilhar convosco um dos meus cantinhos românticos preferidos, sendo também a minha cidade peferida no Reino Unido, onde fui (e sou) muito feliz.

B A T H é romance, calma, classe, breathtaking e é também o meu refúgio, quando quero absorver beleza. Aparentemente poderá não fazer muito sentido o que acabei de escrever, mas os meus sentidos despertam e são extremamente receptivos ao que é belo. E Bath é bela.


É impressionante como a imponência da cidade timidamente escondida num vale, me deixa encontrar sempre qualquer coisa que me deixa o coração num estado apaixonado.

A cor calma da cidade, a forma como as heras nos edificios Georgianos nos saúdam quando lá chegamos, o aroma do chocolate quente que nos enjoa no final mas que aquece a alma até lá, o flash dos obturadores das máquinas dos turistas a disparar a toda hora, a melodia nostálgica da guitarra daquele senhor de chapéu sentado em frente à Abadia, tudo isto e muitos mais, me faz sentir que, se há sítio em Inglaterra do qual vamos ter saudades no futuro, vai ser the Bath.

As imagens do lado esquerdo mostram a Abadia Anglicana de Bath em cima, o edifício histórico e património da Humanidade das termas romanas, The Pump Rooms, tanto visto pelo exterior (segunda foto), como pelo interior (na terceira foto). A uns passinhos, em direcção a noroeste, encontra-se a ponte Pulteney sobre o rio Avon, que encabeça o primeiro lugar da escolha dos turistas para registarem a sua passagem pela cidade. À semelhança da ponte Rialto em Veneza, a ponte Pulteney alberga lojas na sua arcada, inclusive uma confeitaria fofa, para se apanhar uns docinhos para o resto do passeio.

Lá na empresa conhecem este meu encanto pela cidade. Num dia, o J., senhor que representa a geração possivelmente mais culta deste país, perguntou-me se sabia porque os edificios de Bath, possuíam a mesma distância entre os vãos envidraçados e portas, como o caso do Royal Crescent e do Circus. À minha resposta negativa, ele fez o favor de esclarecer.

Aparentemente na era Georgiana, a cidade era tanto a Las Vegas do sítio como o maior ponto comercial de Inglaterra. A necessidade de acomodação dos visitantes conduziu à construção em massa de apartamentos, que ficaram com fachadas idênticas por serem homens meticulosos e metódicos, seguidores do estilo teórico do arquitecto italiano Andrea Palladio.

Bem, não sei se é verdade ou não, tanto porque não domino história de arte.  mas tenho uma certa simpatia pelo J., desde que me disse que os portugueses é que introduziram as batatas em Inglaterra ou   "BOTATOES" dito por ele. Parece que podemos reclamar metade da glória (se houver) do fish & chips!


Fachada bonitinha do Royal Crescent, no Outono e no Inverno

Então não é que estes edificios tão clássicos e perfeitos, na melhor pedra calcária da região em redor, não "é para inglês ver"? Por trás, os moradores tiveram a possibilidade de construir como bem quiseram e o que na frente é rigorosamente igual, esconde uma desigualdade de telhados e janelas, ao que eles designam Queen Anne fronts and Mary-Anne backs.

Os romanos souberam desenvolver as termas, os ingleses souberam preservá-las e aqui a portuguesa já lá foi agradecer estas sábias escolhas dos dois povos, em conjunto com o maridão, tanto a disfrutar do pôr-do-sol na piscina aquecida do telhado em Outubro do ano passado, como numa massagem daquelas boas boas, capaz de soltar um fio de baba maroto.


A cidade respira tanta classe que os desportos mais populares são o rugby e o criquete. Aliás, como é que pronunciam mesmo Bath? É que "Bé-de" roça o americanismo da língua inglesa e "Bááá-de" é mesmo a forma correcta de dizer. Até os bristolians me corrigem, pelo que consigo entender do balbuciar deles...

Quem nos vem visitar tem salvo-conduto garantido até esta cidade. Podem passar pelo restaurante do Jamie Oliver, deliciar-se com um pastel de nata numa loja de pastéis da Cornualha em frente às termas ou com um éclair na Patesserie Valérie. Se a visita for em Dezembro, o Mercado de Natal está no top 10 das feiras artesanais e natalícias do País, com uma paragem para o chocolate quente da Cadbury´s. Caso calhe numa outra altura, há sempre imensos artistas de ruas, programas culturais e lojas ambulantes, como a Bertie & Jack, o meu stand preferido.


Para ficar com uma recordação de Bath, convenci a Marta (uma verdadeira Dreamaker)  a vir aturar-nos, num fim-de-semana frio de Janeiro. O resultado final ficou exactamente como queria, breathtaking e belo, tal e qual como é  BATH, não concordam?

Fiquem bem,
Joana


Sem comentários:

Enviar um comentário