setembro 30, 2014

#30&dietas


30 & dietas

Estou a dias de fazer 31 anos e sinceramente acho que cresci, não em altura, pois de acordo com a medição em Agosto passado, no Centro de Saúde em das Camélias, encolhi 5 cm. O meu crescimento prende-se em si com a minha estreita relação com as dietas.

As dietas andaram de mãos dadas comigo desde que voltei da Holanda, em 2008. Confesso que até aí não me importava muito mas depois passou a importar MUITO (aquele MUITO versão mulher-mau-feitio com TPM). Desde que activei alarme interior DIETA PRECISA-SE, passaram-se 5 anos e qualquer coisa.

Lembro-me do exemplo da minha mãe e das dietas. Ao domingo ao almoço dizia sempre que ía começar na segunda-feira seguinte, esclarecendo que ía perder 10 kg. Ainda continua a dizer, meia a rir meia séria enquanto pergunta se queremos que faça algum docinho bom.


Lembro-me da Fedra no primeiro dia da dieta em 2009, mais propriamente do almoço. Após uma manhã cheia de chá, com uma tosta com queijo fresco, acompanhada de meia-de-leite sem açúcar, bora lá almoçar ... carapau grelhado com alface, muita alface! A fome era tanta que os meus músculos faciais denunciavam a minha frustração. Só acalmaram depois da Fedra me chamar à razão, num discurso motivacional "assertivo". A lágrima no canto do olho estava lá, o barulho do estômago a dar horas continuava lá, bem como a fabulosa montra de pão e bolos, que eu bem tentava não olhar. Com muita gelatina, fome e exercício, lá consegui perder o equivalente ao meu máximo histórico até à data.

A comida por estes lados engorda mais que noutros, é um facto que eu própria comprovei e também noutras pessoas que conheço. Como é possível alguém ir 15 dias de férias no Natal e voltar com mais 10 kg, como aconteceu na empresa onde trabalho? O fulano parecia que se tinha injectado com cortisona ou ficado sem GPS na Fábrica do Willy Wonka (em terra de bifes podemos realisticamente comparar à fábrica da Cadburys). Alguém devia comparar os produtos daqui com os de Portugal, de um modo cientificamente aprovado e dar-me-íam razão. Só compreendo o facto de Portugal continuar acima do Reino Unido no ranking da obesidade, se usarem amostras de população erradas, tipo o casting de Great Britain next top model versus “pacientes duma clínica para tratamento de obesidade" em Portugal.

Lembro-me da dieta de Março deste ano, com o Ivo e o Nuno a sofrerem. Quis começar imediatamente uma dieta que encontrei online, que dava acompanhamento diário. Esqueci-me a visita da Ana, pelo que adiei uma semana o sofrimento deles. Esqueci-me também de desconfiar das qualificações de quem acompanhava, tal era a vontade de emagrecer. Motivada, era assim que eu estava.

Ao final de duas semanas sem pão, eu já disparatava com o desgraçado do fulano que  acompanhava o meu processo, dizendo que deviam estar malucos, que não estava assim tão GOOOORDA e que não tinha necessidade de me sentir tão fraca (era a fome a falar mais alto). Vendo bem, maluca estava ao ter caído no conto do vigário e se algum dia sofrer de insónias, não posso ver o canal de televendas. A probabilidade de encher a casa de coisas que não preciso ou que nem funcionam, para o efeito em que são vendidas, será muito elevada.

Perdi um terço do que ambicionava, o que pode ser sinal que mulher desesperada em fase de dieta, consegue estabelecer metas por vezes irrealistas e desproporcionais. A dieta era totalmente maluca, como são todas as dietas que permitem perder peso rapidamente. Nunca consegui fazer uma a 100% porque não consigo conjugar o radicalismo com a minha máxima tenho que repor os níveis de açúcar. E sempre que digo isso, lá vou eu comprar um docinho, toda feliz.


Sábado que vem, é o dia da Joaninha e do André  Estou meia em pulgas para saber se o vestido me vai servir. Cada vez que lanço esta questão retórica em voz alta, o Ivo revira mais uma vez os olhos. Ele fica tão fofo que faz com que eu continue a perguntar, só para o ver revirar os olhos mais uma vez.

Moral da história, o bolo de aniversário dos 31 aninhos vai saber mesmo bem, como souberam os outros 30 para trás e, se há pessoas vencedoras, são todas aquelas a quem estou grata por me aturarem nos momentos que exigiram umas batatas-fritas para o mau feitio ou um docinho para animar o coração. O marido em especial, por me ajudar a manter na linha diariamente e principalmente, pela tentativa de me manter equilibrada no que toca à comida. 

Com isto tudo, vão lá repor os vossos níveis de docinhos!

Fiquem bem,
Joana

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