julho 15, 2015

#40 meses


40 meses

A 15 de Março de 2012 entrámos no Reino Unido, via Ferry em Porthsmouth. Toda a pompa e circunstância, perdeu-se no cansaço dos quase 2000 km e na adrenalina que nos movia. Tínhamos muitas dúvidas e poucas certezas, sabendo apenas que queríamos saltar para o desconhecido de mãos-dadas.

E demos. E hoje as nossas mãos carregam o símbolo do nosso amor. Procurámos ser felizes sem ter nada como adquirido, por muitas rotinas criadas e por muitos sonhos que tenhamos pela frente.

Hoje, a 15 de Julho de 2015, deixámos o Reino Unido, de regresso a Portugal.

Já sabíamos que poderia acontecer há algum tempo, não sabíamos quando. O que se faz com os sentimentos? Adiam-se, acho eu. Pelo menos foi o que fiz. Era mais fácil agarrar-me à futura (e desejada) realidade, do que ao que íamos deixar para trás, a todas as pequenas, e também suadas, conquistas.

Quando atingimos o momento em que já não havia volta a dar e o regresso era certo, custou a adormecer. Concordámos em voltar a dar um salto juntos, assim mais agarradinhos um ao outro, com o medo a substituir a adrenalina. Isto porque agora o destino é conhecido, o risco é grande e só os "doidos" se aventuram a regressar a um país que se esforça por sobreviver.

Levámos connosco mais do que trouxemos, não só em bagagem mas em experiência de vida e profissional. Não ganhámos o sotaque posh nem tão pouco o calão bristolian, conseguimos manter o nosso inglês-europeu. Sabemos que queremos dar o melhor de nós ao país que nos educou e formou, através das aspiracões e dos sonhos que começam a ganhar vida.

Achámos que as coisas irão correr bem, afinal temos a sorte de poder regressar ao nosso país solarengo, calmo, tão pequenino e simpático, ali sossegado no seu cantinho. No fundo, é tudo menos pequenino, como me fizeram acreditar. O que é de fora nem sempre é melhor e lá fora nem sempre é melhor: the grass is always greener on the other side of the fence... Aprendemos e aceitamos que há que procurar o melhor em cada novo cantinho ao qual possamos chamar casa e em cada nova situação.

Há coisas que mudaram, que nunca serão as mesmas. Queremos recuperar parte do que nos privámos neste tempo fora do país: o abraço amigo, o "Olá!", o café, o peixe, o mar e os mimos de quem nos quer dar e também receber.

Vamos ficar a aguardar a visita dos amigos novos, que nos deram um pouquinho a mais de si, para tornar a nossa estadia no Reino Unido o mais agradável possível. E ainda terei que dar uns saltos a França e ao Reino Unido para os abraços que, sem dúvida, me fazem e irão fazer mais falta. Alimento também o sonho de que não será por muito tempo...

Até já Portugal ou como dizem por estes lados, in a bit

p.s. - há muita caixa para desempacotar, muita coisa para arrumar e só um aspirador! Poderemos estar perdidos no caos durante os dias, mas estaremos felizes.

aniversários no Reino Unido

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